sábado, 15 de março de 2014

me seduz: eu a ti

eu tenho um amor, uma paixão, não sei que nome ofertar-lhe. ainda.
um amor que dura, que perpassa os anos. que perpassa a solidão, a ausência, uma distância.
mas que se baseia, grosso modo, na sedução. a sedução é coisa que passa, mas é coisa que permanece, que fica, mas sem a linearidade de um desejo contínuo. sedução é esquecimento. sedução precisa não existir para se fazer ainda mais forte. talvez a sedução seja mesmo a dissimulação de sua própria inexistência. ou existência.

e assim, caminho, seduzindo esse amor, esse cara.
eu falo de sexo, ele também. tenho a impressão de que gozamos juntos.
é feminino, é como se houvesse um feminino entre nós. uma clivagem que nunca se completa, que nunca se extingue. um espaço, uma distância que nunca se abate, o tempo todo sendo tentada a ser abolida, em vão.

e assim, sigo apaixonado, meu querido.
me seduz que eu (te) adoro.

"o gozo pode ser apenas o pretexto de um outro jogo mais apaixonante, mais passional (...) desafio que prevalece sobre a operação pura do desejo, pois sua lógica é bem mais vertiginosa, pois é uma paixão, enquanto o outro não é mais que uma pulsão"
(BAUDRILLARD, Da Sedução: 24)

terça-feira, 11 de março de 2014

profanar o pornô

É domingo de Carnaval, ano de 2014. Estou em casa, sozinho. Minha família está, agora, em uma praia de festejos carnavalescos, meus amigos ou quase amigos em terras pernambucanas ou cearenses. Resta-me essa sala, esse ventilador na cara, essa mala por desfazer no chão. Resta-me essa ressaca de quem foi pra Olinda e voltou, no mesmo dia. Resta-me a solidão, diria.

Reúno-me a três amigos aqui mesmo, nessa sala. Ponho-me no chão, frente ao computador, quando eles começam a se beijar. São de poucas palavras, e se vestem com nada. Um deles tem tatuagem, o outro, o cabelo descolorido; um consolo de duas cabeças, cus lambidos, boquete feito, começa a nossa reunião. Eu, de olho, apenas observo – aqui, só me cabe essa postura de voyeur. De pau na mão, de sede na boca, vou-me ficando aqui, olhando. Daqui a pouco, vou gozar, e espero pra gozar de novo, reparando novamente nessas imagens, que me provocam de tantas maneiras. Nem os penso mais como performers, como gente frente a uma câmera e a produtores. São minha companhia nessa domingo de Carnaval.

***

Fico pensando, cá comigo, que as possibilidades de construção de uma nova pornografia, ou de novas e outras pornografias estão dentro da própria conjuntura das imagens que, de algum modo, já formam o pornográfico. Nesse vídeo mesmo que acabo de relatar, nada de muito novo. Mas há um quê de empoderamento do sujeito em e pelo seu corpo e pelos seus desejos. Ora, eles não aparecem aqui para satisfazer o desejo do outro, mas estão embebidos e saturados nos próprios desejos, no desejo de si, no desejo do desejo de si, para, então, colocar esse desejo no corpo do outro. Parece não haver, portanto, uma visível relação de poder nesse vídeo, ou uma relação, uma encenação que visibilize uma relação de poder. Daí meu pensamento: criar pornografias em que os corpos ali estejam tão desejosos, de si e do outro, em que os sujeitos se empoderam e produzem uma certa autonomia diante do que fazer para o prazer de si passa pela criação e pela montagem de outros planos, de outros lugares que a câmera possa ocupar, da mise-en-scène do ambiente. Nessa pornografia, nada de muito próximo, nada de grandes closes nas genitálias, e mesmo de grandes genitálias. Os incitamentos produzidos pela fala durante os atos sexuais nesse vídeo remetem mais ao incitamento do desejo do outro do que de uma possível submissão ou a demarcação de um espaço (poderoso) de fala. Talvez, ao fim, ainda não sei, uma cena de grande close, durante a penetração, estando a câmera em contre-plongée, uma cena de cus e genitálias. Mas esse seria o único plano que mais se aproxima e que mais coloca e potencializa a fragmentação do corpo e da imagem. De todo modo, trata-se ainda de uma pornografia comum, de traços canônicos. O vídeo está disponibilizado junto a outros em um site de compartilhamento de vídeos pornográficos diversos: gonzos, amadores, comerciais, com marcações e tags diversas. Passaria sem muito alarde – e, provavelmente, passou – à vista de um sem número de espectadores de pornô que acompanham as postagens do site. Talvez me tivesse passado também despercebido. O que quero dizer que não há nada de novo nem de extraordinário nesse vídeo, é como um outro qualquer. Os signos irrompem daí
É importante pensar também em como a imagem do beijo opera no vídeo pornô, em como a presença e a visibilidade do beijo (e seus matizes e performances) propiciam um movimento de incorporamento do sujeito, que não é apenas sexo, mas sexo com paixão, de olho fechado, e boca molhada. Há, sim, o cu, a genitália, cá embaixo, mas aí em cima, a boca, a língua, o olho fechado que simula (ou conduz), aí sim, o erotismo. O erotismo como compulsão de um corpo em busca de se completar em um outro, ou em outros. (Por que dar visibilidade ao beijo no texto pornográfico? Fica aqui uma dúvida, uma questão, uma bexiga para ser enchida posteriormente – ou a permanecer vazia).
Dei pause no vídeo um pouco antes do final. Talvez antes do gozo, não sei ainda. Deixe-me ir ali, na uma outra aba, na uma outra página, para terminar de vê-lo. Volto para contar o resto ou os trago os restos comigo.

***

Voltei.
De fato, a cena do gozo: sem ela, impossível permanecer no pornô. Profanar o gozo no pornô é um desafio, um projeto, ou um convite. Mas talvez só seja possível profanar o gozo no pornô pelo próprio gozo no pornô.

***


O pornô produz na imagem descontinuidades. E cá eu falo no tom mais técnico do termo. Descontinuidade como aquilo que não se continua de uma imagem a outra dentro de uma montagem, de um corte. Das vezes em que, por exemplo, um dos sujeitos envolvidos na ação sexual está de pau duro, prestes a realizar o ato de penetração e, de um corte para outro, aparece usando uma camisinha. Não se dá, nesse caso, a visibilidade para, por exemplo o ato de colocar o preservativo – um gesto, uma ausência que pode dizer várias coisas – e opera-se uma muitas vezes uma fantasiosa descontinuidade (algo estranho para um gênero tão calcado no realismo de suas ações sexuais). Parece ser um gesto importante e interessante o de encarar uma certa necessidade de continuidade. Necessidade essa mesma de causa e efeito. Necessidade essa que requer o envolvimento do tesão e do desejo em gestos como o de pôr um preservativo, por exemplo. Mas também pensar o que investir nessa continuidade traz de novo e provoca o espectador. A cena final do gozo do vídeo que relato aqui investe nesse procedimento. São três homens, e está na hora de gozar. Um deles goza, ao ser penetrado, no rosto de um outro sujeito. Esse mesmo sujeito, também penetrado por aquele terceiro, goza e no rosto do outro. Qual não é minha surpresa quando vejo que o rosto que fora gozado antes permanecia com o gozo na cara enquanto cá embaixo ele era penetrado e se punha a gozar? Não há assepsia, nem limpeza: há o investimento na continuidade, numa certa “fidelidade” de ações (ou de relações de causa e efeito) que parecem colocar o espectador em uma situação de participação efetiva, de quase testemunha. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

pornografia, pênis ereto e cotidiano

*com imagens do poeta e fotógrafo Ren Hang.
Disponível em <http://renhang.org/>. Acesso em 14 fev. 2014.        

         Essa pornotopia cotidiana é mais que um novo direcionamento narrativo. Parece parte de um deslocamento mais amplo nas práticas e nos produtos artísticos, que se voltam para os elementos mais cotidianos. No campo dos fazeres da pornografia, essa volta ao cotidiano é um movimento intenso e potente.

 






O pênis ereto volta ao corpo, e, a ele, leva toda a potência erótica que lhe foi retirada -- pelo racionalismo e pela castidade cristã. O pênis ereto, o sexo explícito passa a ser parte da vida, do ordinário, e o desejo deixa de estar fixado no quarto e nas alcovas pornográficas para ocupar (também) os movimentos da vida ordinária.


 

 




Re-toma-se todo o investimento erótico e contagiante do sexo ereto, da vagina lubrificada, do corpo em êxtase no corpo antes asséptico, disciplinado e des-desejado. O retorno à visibilidade cotidiana tem o poder de detonar  ou de reinventar os movimentos ordinários, antes reservados ao disciplinamento do corpo e do sexo, para o qual as sexualidades são formas cada vez mais destinadas às condutas disciplinadas e de expectativas cada vez mais definidas.

 






investimento erótico no corpo.
à dimensão erótica do corpo; trazer à tona, aflorar os desejos.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

inventário de interstícios

não, não sei bem o que é um inventário. talvez seja uma lista, um rol de coisas.
mas inventário chama atenção para uma outra palavra: inventar. inventar não necessariamente no sentido de criar algo do nada, mas inventar o que encadeia aquilo que compõe um inventário. quais os critérios, as disposições, os desejos do que deve compor um inventário. a gente inventa um inventário. inventário de animais que vivem no quintal da minha casa? inventário dos livros de uma biblioteca? inventário dos gestos de um fumante ao fumar? todos esses são critérios arbitrários, fugidios, não-fixos: mas que se fixam pelo gesto mesmo de criar esse inventário.

eu penso em um inventário de interstícios na pornografia. mapear aquilo que de novo, de inesperado, de ocasional que acontece na imagem pornográfica. quais os novos signos que passam a orbitar em torno do pornô, por meio das produções cada vez mais diversas que se organizam em torno do predicado de pornográfico? são interstícios fugidios, que podem ou não se fixar. se se fixam, onde se fixam, em que pornografia se fixam? mas não estão interessado na rigidez ou na fixidez do pornô, mas naquilo que ele traz de novo, que ele inaugura, ou que ele usa apenas um vez, em uma produção. vale aqui a aproximação sempre bem-vinda à pornografia caseira e amadora, que, circulando em meio às várias práticas políticas, sociais, pessoais, de desejos, de sexos, de poéticas e de fazeres, é campo interessantíssimo para a entrada, a apresentação e a insinuação de novos desejos para o pornográfico. as pornografias de territórios pós-coloniais também são muito bem-vindas, principalmente a brasileira, considerada marginal ao espetáculo da pornografia comercial.

como método, a implicação do corpo, aquilo que meu corpo percebe como novo, como apontamento de interstícios. os beijos, os contatos outros, aquilo que foge ao script, aquilo que circula de novo. terreno de armadilhas, de não-saber: onde fica desejo e intelecto? há ainda ou sim essa divisão? cadê esse corpo experimental? este é alienado do corpo conhecedor, epistêmico?

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

será?

Nesses dias, tenho parado para pensar sobre a inserção do afeto na produção comercial pornográfica, principalmente a gay. Ou seja, a inserção de elementos que vão além das questões comerciais ou mercadológicas, e que adentram a idéia de sujeitos que de alguma forma se afetam pessoalmente. Isso não é novidade na pornografia: há, por exemplo, atores-casais gays que fazem pornografia e que deixam transparecer sua relação afetiva frente às câmeras. E na pornografia amadora, é comum encontrar vídeos produzidos por casais e por redes de amigos e colegas que resolvem se tornar sujeitos sexuais e oferecem novos elementos afetivos na narrativa do vídeo ou da fotografia pornô.
Por outro lado, o que temos observado é a criação, na pornografia comercial, de uma rotina produtiva que toma o afeto como elemento fundamental em sua narrativa, ou seja, uma forma de produzir cenas de ação sexual que seja afetada pelas relações afetivas e pessoais de produtores e atores pornôs. Uma produtora que particularmente tem me feito pensar isso, é a BelAmi. Há nos seus vídeos um certo rodízio de parcerias entre os modelos, que são fixos, e que sempre fazem sexo nos cômodos de uma casa (ou de uma locação que lembra uma casa) grande e ampla. Sofás, camas, tapetes, salas, cozinha, dormitórios, escadas, etc, tudo pode se tornar locação para o sexo. Mas o que mais chama atenção é um clima de bastante descontração entre os atores, um acerta intimidade afetiva e pessoal, além de um certo profissionalismo. Parecia que nossas observações seguiam um caminho interessante.
Algum sinal nos foi dado pelo documentário All Boys, de George Duroy, que apresenta algumas estórias de atores pornôs gays no mercado do leste europeu - onde se localiza a produtora BelAmi e de onde se originam seus atores contratados. Os personagens apresentados no doc são jovens rapazes de baixa condição social: órfãos, do interior daqueles países, indo tentar emprego nas capitais, ou mesmo moradores de rua. Sem formação para encontrar um bom emprego e pelas facilidades de um certo e bom retorno financeiro, os rapazes optam pelas produtoras pornôs. O interessante é que, em geral, sem casa ou teto, passam a viver às custas da produtora, nas suas dependências, e criam uma relação afetiva entre si e com os próprios produtores. Para manter uma boa imagem, recebem roupas e acessórios como que de presente das produtoras, que também pagam despesar de alimentação, entre outras. Não estamos falando de escravidão (?), mas de um mercado que gera altos lucros e que possibilita que isso aconteça.

das amadora

A performance amadora nos leva a imaginar, nas cenas e vídeos assistidos, casais, amigos, sujeitos próximos ou de sexualidade privada, mas que permitem um olhar voyeur da ação: permitem a exposição de seus corpos como elementos sexuais, mas, além disso, expondo suas relações pessoais, afetivas, de confiança e de segurança para um espectador desconhecido. Faz parte de uma espécie de mágica no pornô amador a curiosidade ou o anseio de ir além da cena sexual, se questionando sobre a natureza, a personalidade e a relação cotidiana daqueles parceiros e sujeitos em cena. Se a pornografia profissional saturou os números e os diversos dispositivos performáticos do corpo dentro da ação sexual, o amador vem responder que o caminho pode estar em trazer à tona e colocar em cena o que parece, muito mais que o sexo, localizado numa redoma privada: o afeto e as relações íntimas entre os sujeitos. Em uma sociedade espetacularizada, em que o que mais se vê são corpos, corpos-limites, corpos desejáveis, corpos monstros, belos ou descorporificados, o corpo pornográfico reencontra-se no amador ou se reconstitui ou se reforma a partir da retomada do sujeito, que só o é quando encarna e é marcado pela sua relação afeto com o outro. Nesse sentido, podemos pensar afeto como o ato ou resultado de afetar, de tocar, de influenciar, de mexer, de marcar o outro. O sujeito espectador da pornografia amadora procura ser afetado de alguma forma, e parece ser afetado ao se deparar com o outro que sente afeto pelo corpo com o qual encena, ou seja, com o corpo que também está afetado pelo outro. Como se buscasse ser afetado pelo afeto, ou afetação, do outro.

domingo, 12 de janeiro de 2014

brigar com eles amá-los

eu queria mesmo que essa dissertação fosse um ajuntamento de signos. um ajuntamento de poemas, de referências, de ideias, de conceitos e de refrões. ajuntamento de paisagens, de redes, de pontos e vírgulas. ajuntamento de esperança e desespero. no final das contas do rosário, é assim mesmo que a gente vive: ajuntando signo, dando sentido a nossa vida por meio desses signos. cair no esquecimento é não ser mais signo dentro de uma rede de signos. signos que não precisam necessariamente de significantes - esses estão dispersos, sãos os mais diversos e inevitáveis possíveis - mas cuja ação efetua uma força

quero inventar mesmo uma nova forma: de escrever. um novo estilo? não sei. mas se não for aqui, não sei onde mais escrever desse jeito. não sei mais como ser ou não ser lido. (é) preciso ser lido. é narcísico, mas também é comunicação. comunicação de forças, diria Derrida, mais que o transporte de um sentido cujo conteúdo não muda de acordo com o meio (escrita, fala, algoritmos). sim, muda sim. muda na fala, muda na escrita. mudam a todo instante. os signos estão em movimento, é preciso destreza para capturá-los: para que logo fujam. é preciso força e violência para os capturar. é dessa violência que não quero lançar mão.

uma escrita que seja menos dissertação e mais poesia. porque, da poesia, tiro essa leveza; das palavras que deixam de ser e significar ou que significam doutras coisas na mesma frase, ou dois segundos depois de escritas: inscritas, cravadas. minha vertigem é escrever. aqui aciono os riscos, e toda a náusea desse gesto me toma. como, escrevo, ou vomito. nem quero mais comer de tanto escrever. sequer vomito. por que eu estaria aqui se não fosse para escrever?

quero menos uma linearidade cadente, por meio da qual os signos se acumulam, e cuja última palavra dá o tom de todo o escrito. não, isso não me satisfaz. é preciso que os signos se percam, se contradigam, ou nem se falem entre si. é preciso uma bagunça, uma confusão, o caos do/de signo. porque assim eles podem participar das diversas redes de signos, podem significar para fora desse texto: podem se citar, vinculam-se a outros significantes, geram forças outras. quero abrir, mais que fechar. quase que essa dissertação não sai. pois quis que ela saísse voando.

é como se, criado em meio e ao intermédio de tantas imagens, de tantas lembranças e ansiedades, de tantos corpos que acessei na internet e por meio da pele e do sêmen; por entre as palavras que são escritas, as poucas que são lidas, por entre os diversos livros, e obras e poemas lidos e escritos e revistos, eu preferisse o caos da desordem dessas coisas. por que? porque prefiro o caos para a potência de escolher os signos que me seguem e que eu sigo, e compor deles e com eles os caminhos, as escolhas, os desejos. esse trabalho microfísico, dessa materialidade do íntimo, do anseio das mãos que pescam e pesquisam por amigos e informações por meio da rede mundial de computadores.

já não tenho mais tempo, e o que me sobra são as minhas palavras. se falo de força, é pela força que implicam em mim que foucault, derrida e butler, dentre outros, constam aqui. mas constam mais como uma necessidade formal de citação, pois essa escrita, ainda, infelizmente, parece não saber lidar com essa força. queria que eles fossem personagens dentro de um romance, de uma estória sem fim. butler uma irmã sapatão e machuda, foucault um tio que morreu nos anos 1980 com AIDS, um ídolo, e derrida um senhor louco com quem tomo café na sua pequena e humilde casa, nos arredores da igreja onde fui coroinha. e assim eles falariam comigo, me diriam mais da vida do que da academia, queria um café com eles, mas sem o alerta acadêmico de gravar-lhes os ditos, de configurar suas falas, de trazê-los citados ao texto. não: queria um café comum, com ideias loucas vindas ao sabor do gole. pelos não-ditos; brigar com eles, amá-los.