quinta-feira, 15 de novembro de 2012

usualidades

me uso do concretismo, do concreto, como forma. forma de falar. forma de expressar-se. mais: forma de por em forma o pensamento. cada palavra, atenção, atenção!
                                              cada ponto: atenção.

assim como me uso de uma forma
                                                     - pensando pornografia como forma -
assim como me uso de uma forma para dar forma a um pensamento, então, a uma forma de expressão de si,
        há quem se utilize da pornografia - como forma - para uma forma própria de falar de si, de por - em texto, em linhas, em imagem, no vídeo, no próprio corpo - um pensamento, uma forma de pensamento, um falar de si, um se fazer entender, um demonstrar seus afetos?
     
                                                                                                               afetos como estados de energia de um corpo. spinoza.




performance

inventar.
inventar a pornografia como dispositivo
                                              dispositivo.

ver a pornografia de uma determinada perspectiva que não é rígida, fechada, que se tranca em si mesmada. inventar uma forma de ver a pornografia é forjar, supor, ancorar, mas não determinar. enquanto possibilidades tantas, quero travestir a pornografia a partir do conceito de dispositivo. saliento que aqui me remeto à produção de pornografia.
                                                       pornografia pelo que alguém diz que faz pornografia? ou a partir de um contexto, de uma rede de ações, de características estéticas, de definições literárias, de um rol de cenas e performances sexuais, pela constituição como gênero?

inventar a pornografia como dispositivo. dispositivo que engendra: engendrar.
                                                                 dispositivo que engendra subjetividades, que produz: produz; produzir; produção maquínica?.            
                                                                                                                                  que produz subjetividades enquanto/no ato, no gesto: gesto
                      no ato, no gesto: de ver, olhar, assistir, consumir pornografia
ou
no gesto da produção de pornografia: vídeo, dança, teatro, arte contemporânea, fotografia?.
no gesto (?) de produção de pornografia, o ritornelo de subjetividades agenciadas, essas subjetividades assumem, tomam forma de uma performance?





segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Desejo de pornotopia

Pensei que o que deve atrais o desejo das pessoas pela pornografia não seja necessariamente algo que fique só na imagem do genital, ou na apresentação da cena sexual, mas a atração por um universo pornotópico, ou seja, um lugar, um topos, um território pornográfico no qual qualquer ação do sujeito só acontece em torno, por causa ou tendo com fim o sexo, a ação sexual. Todos os conflitos, todos os anseios, todos os caminhos levam ou são pesadamente investidos pela ação sexual.
Ação sexual essa quase mítica, de corpos grandes, pefeitamento agendados por um certo biotipo, um biotipos variados mais previamente identificados, de corpos máquinas, que nunca refutam o sexo e que sempre estão dispostos a penetrar ou a serem penetrados. Um mundo perfeitamente plausível pelo sexo.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

domingo, 11 de março de 2012

Afetações

e se o afeto fosse o tema principal de um filme pornô?
não como um elemento dentro de um roteiro, de uma linha narrativa que orienta o enredo dos corpos em ação. mas o afeto como parte dos gestos, da ação dos sujeitos, da sua estética: essa não apenas no sentido de uma imagem técnica, mas de uma forma de atingir e afetar os seus espectadores. além disso: que o afeto também fizesse parte de uma economia produtiva desses vídeos, na seara comercial, de modo a definir a própria produção dos filmes, antes mesmo da imagem gravada, editada e pronta. Que os atores, ou os sujeitos dos filmes, se afetassem muito além do simples tesão ou do desejo da cena - o que já é afeto, no momento em que afeta o outro -, mas que encerrassem entre eles, fora de cena, relações afetivas (amizades, romances, namoros, pegas, etc.) que influenciassem o calor, o desejo e o envolvimento em cena. E assim, encerrando um mistério, que deixaria marcas estéticas no produto final, mas que envolveria o espectador para um fora-de-cena.

Isso me intriga um bocado.